Primeiramente, entende-se como neoliberalismo o conjunto de concepções políticas que defendem a não participação do Estado nos meios de produção. Salienta que a supremacia governamental restringe a participação econômica privada.
Avançam propostas de planos de governo, que propõem políticas de privatização de estatais, ou seja, uma caricatura neoliberal, pois até então o nosso sistema é o liberalismo, aonde o Estado exerce o controle em determinadas circunstâncias. Nota-se que a cada movimentação do executivo, o mercado financeiro acena. Mais que isso, como qualquer empresa privada, avistam lucro. Por certo a abertura econômica deve ser considerada. Contudo, no que envolve os direitos fundamentais, como saúde, isso é bom?
Observem que este modelo já está corporificado no sistema de saúde mundial através do afastamento do Estado na participação de pesquisas.
Supostamente, há uma fiscalização exercida através da agência reguladora. No entanto os protocolos foram moldados pela iniciativa privada que os deixaram extremamente onerosos, acusando reservas de mercado para grandes corporações, motivo pelo qual, no Brasil, embora existam excelentes pesquisadores, temos poucos remédios anunciados.
Há tratamentos que ainda são prescritos porque possuem valor agregado, embora sua tecnologia esteja ultrapassada. A história da quimioterapia, por exemplo, remonta nas décadas de 40 e 50, exatamente porque a manipulação só pode ser realizada necessitando de complexa e cara estrutura, agregando valor. Não há interesse empresarial em rotas de sínteses simples, pois podem ser facilmente clonadas, esvaziando o investimento naquela pesquisa.
Formou-se em torno do câncer uma cadeia profissional, comercial e industrial altamente lucrativa, transformando o setor oncológico no mantenedor das instituições de saúde, pois é o que mais recebe repasse do Estado. Profissionais da área, embora já tenham percebido estas verdades, têm suas práticas pautadas por este fluxo ideológico coordenado.
Ou seja, nesta área específica a ideia neoliberal é catastrófica. Razão pela qual observamos progresso em todas as áreas, menos na cura desta doença, pois dentro de uma ideia comercial, se pesquisa aquilo que dá lucro, privilegiando apenas as corporações privadas, nos deixando em total abandono estatal.
Por tais considerações, é fundamental uma ampla reflexão e principalmente se a sociedade já está evoluída suficientemente para este modelo político econômico.
