Nenhuma atividade profissional está mais ligada com o direito à vida do que a medicina. Por esta razão, com certeza, se torna a mais importante.
Quando aqueles que amamos estão com sua vida em risco, não medimos esforços ou valores para salvá-los. Nada mais importa a não ser afastar aquele momento angustiante. Então ficamos vulneráveis aos “mecanismos” da cura.
Há médicos que exercem seu juramento com dignidade, mas existem aqueles que transformam o “poder de cura” apenas numa rendosa fonte de ganho. Escolhem especialidades lucrativas restringindo atendimentos e excluindo os planos de saúde, promovendo uma medicina seletiva. Isso vem ocorrendo há muito tempo, mas os detentores da possibilidade de mudança silenciam, pois sua classe social possui meios independentes para própria proteção, mas os vulneráveis estão morrendo sem recursos suficientes para custear os tratamentos.
A profissão médica deve ser elevada por legislação própria à condição de indispensabilidade para todos indiferente da posição social ou financeira.
Nosso Sistema Único é de responsabilidade municipal, estadual e federal, fornecendo toda sua estrutura não somente aos pacientes, mas também aos médicos. O SUS é seu super consultório.
É chegada a hora de atribuir legalmente uma responsabilidade social para estes profissionais, pois se é certo que ninguém deve ser obrigado a fazer o que não quer, também é correto exigir sua contribuição retributiva pela estrutura que usam e que todos nós pagamos.
Aos bons amigos profissionais o meu respeito e admiração, aos insensíveis meu protesto.
Será que minhas considerações estão equivocadas?
Por Mauro Falcão, em 13.09.2021