A metafísica dos contrários

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Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático considerado o pai da Dialética, também conhecido como “obscuro” em razão dos seus escritos serem de difícil entendimento. Falava acerca da natureza e sua interação com os seres.

Colocava a questão dos contrários como algo que traria o equilíbrio que sustenta a vida. Dizia que “tudo flui enquanto resulta da tensão contínua dos opostos em luta”. E que, embora em luta, formam uma unidade e uma lei fundamental do mundo que reside nesta relação conflituosa, como uma espécie de competição que acaba gerando vida e progresso. Este movimento se inicia através da partícula base, o átomo, pois foi concebido com partes positivas, negativas e neutras, formando um todo com partes inversas que resulta em uma fluidez.

Na realidade atual, constatamos a presença deste fenômeno, diante das diferenças ideológicas representadas nas religiões, na política, no esporte e na multiplicidade das relações humanas. Esta “provocação” de rivalidades são elementos indispensáveis à evolução da consciência.

Repare que este “ânimo” age sobre nós numa espécie de defesa natural em busca do equilíbrio. Assim, quanto mais um lado pulsa, mais o outro irá pulsar, compensando a verticalidade.

Não é outra coisa que um estado vibracional de paridade de forças interligada com uma potência física chamada “telúrica”. Uma corrente elétrica de origem subatômica que se move pelo globo, proporcionando um fluxo estabilizante das frequências. Os antigos sabiam desta energia e a utilizavam para encontrar água no subsolo ou ainda em cultos filosóficos como harmonização.

Portanto, não temos o livre arbítrio que supomos. Os pensamentos são instigados por estes impulsos e nossa razão sofre influência. É a lei da natureza agindo, demostrando seu poder, indiferente das leis humanas, pois o que interessa é o equilíbrio. Assim, após as tensões, a verdade emergirá naturalmente.

Quem ainda não percebeu este fator natural e prega a supremacia ou aniquilamento do lado oposto, desconhece que o ser humano é essencialmente energia e vibração. Por isso, “vigiai vossos pensamentos”, do contrário será vitimado por suas próprias concepções e desejos, não encontrando equilíbrio emocional, pois viverá em martírio constante, uma vez que destoa das leis universais da criação.

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Mauro Falcão
Mauro Falcão

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