Quando falamos em prece, verificamos que ela está tradicionalmente relacionada aos cultos e súplicas as Divindades. Este fenômeno está associado ao significado de evocação ao Divino, conectando a mente do suplicante as correntes eletromagnéticas celestiais.
O cérebro possui mistérios ainda não desvendados pela atual ciência, no entanto já se sabe que ele tem atividade elétrica ou ondas cerebrais, medidas em hertz. O corpo humano é formado por moléculas que são na verdade pequenos ímãs, possuindo prótons e elétrons que giram em torno do núcleo, sendo que a estabilidade e equilíbrio destas moléculas se dão quando se formam minúsculos campos magnéticos.
A ciência já observou que as sensações abstratas da mente ao passar de um neurônio para outro se transformam em hormônios, ocorrendo uma materialização, mesmo que ainda dentro do corpo daquele indivíduo. Nesta lógica proporcionada pelo sistema endócrino, está demonstrado que é possível consumar ou corporizar algo imaterial. Seria então concebível acreditar que esta corporificação poderia ocorrer fora do corpo do agente emissor do pensamento?
Partindo desta assertiva científica fisiológica de que o pensamento se materializa. Seria possível a emanação do pensamento se conectar a outra pessoa e o pensamento deste indivíduo receptor agir na sua condição física?
Veja que estamos ingressando na explicação de como esta conexão ocorre, pois já constatado que o abstrato pode se materializar, onde de um lado está o pensamento e de outro o hormônio, a transferência ou veículo deste fenômeno entre os seres por assim dizer, está no cérebro que produziria aquilo que acreditamos.
O neurocirurgião Raul Marino Júnior, lançou o livro – A religião do cérebro: as novas descobertas da neurociência a respeito da fé humana. Conforme este pesquisador o cérebro possui bilhões de neurônios conectados trabalhando de forma solidária, aonde armazenam e desempenham ações. Ele acredita que a consciência está depositada no espírito e o fenômeno da fé seja coordenado pelo sistema de neurônios, segundo ele devemos entender que o homem não é só matéria e o campo de explicações não podem ficar concentrados apenas na ciência. Conforme estudos científicos, quando pacientes foram submetidos a exames neurológicos ficou constatado que durante as preces áreas específicas do cérebro são ativadas e aumentam de tamanho, tudo devidamente registrado pelo pesquisador Michael Persinger e sua equipe médica no Canadá.
Ora, levando em conta que o pensamento não tem obstáculos físicos que poderiam impedir sua transmissão e que encontraria uma conexão de desejos e propósitos em um corpo receptor, podemos afirmar que está perfeitamente delineado este processo científico e corroborado por fatos que observamos constantemente.
Agora imaginem este fenômeno potencializado por dezenas ou centenas de mentes canalizadas no mesmo objetivo?
Considerando que as ondas cerebrais são atividades rítmicas repetitivas produzidas pela interação entre as redes de neurônios, mas que indiferente a esta conjectura, há uma independência e autonomia de cada célula nesta comunicação, ou seja, se este fenômeno ocorre neste micro ambiente, conclui-se que seria perfeitamente possível que também ocorresse entre os indivíduos, mesmo que distantes.
Veja que a questão “repetitiva” das oscilações neurais demonstrada pela neurociência faz com que ocorra o evento. Poderíamos acertadamente realizar uma analogia no sentido de que a prece fervorosa e também “repetitiva” seria capaz, da mesma forma, concretizar o que chamamos de “milagre”. O sentido da repetição é como ampliar e intensificar os laços eletromagnéticos até se conectarem e produzirem o efeito benéfico.
“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta”. Mateus 7:7-8
Escrito por Mauro Falcão, em 02.02.2021